Nascido em Febres, no concelho de Cantanhede e distrito de Coimbra, em 1949, Cândido Manuel Pereira Monteiro Ferreira é casado com uma médica e integra uma larga família.
Tendo concluído a escola primária na sua aldeia natal, fez a restante formação académica em Coimbra, onde completou os cursos do Liceu D. João III, entre 1960 e 1967, e da Faculdade de Medicina, entre 1967 e 1973, sempre com distinção. Desde 1965, foi bolseiro da Gulbenkian e, a partir de 1971, trabalhador-estudante. No liceu e na universidade, foi várias vezes Delegado de Curso e também pertenceu a várias Comissões Pedagógicas.
Conquistou diversos títulos desportivos regionais e universitários na sua juventude, sobretudo em atletismo, e ainda hoje mantém uma prática física regular.
No ano lectivo de 1970-1971, ao serviço da comunidade, foi benévolo e “assíduo” professor de “Ciências da Natureza”, numa “Escola da Amizade” criada pelo Movimento de Caridade da Paróquia de S. José, em Coimbra.
Em 1975, a convite do Sindicato de Enfermeiros, participou benevolamente num Curso de Promoção Profissional, na Figueira da Foz, leccionando a cadeira de Psiquiatria, área pela qual se interessava.
Em 1976, no início da sua carreira médica, teve oportunidade de dirigir o Hospital de Pombal onde realizou reconhecida obra.
Entre 1978 e 1982, desempenhou as funções de Assistente da Faculdade de Medicina de Coimbra, ao mesmo tempo que frequentava o internato de Nefrologia, nos HUC. Aguardando o início da especialização, exerceu diversas actividades como médico generalista, sobretudo em Leiria, Figueira da Foz e na Lousã e também em urgências hospitalares.
Em 1980, enquanto bolseiro da Gulbenkian, frequentou um estágio em Lyon, na área das transplantações renais, no Serviço do Prof. Jules Traeger. Regressado aos HUC, ao Serviço de Urologia, do Prof. Linhares Furtado, organizou a Consulta de Transplante e foi o único nefrologista a integrar a equipa que promoveu a primeira transplantação com rins de cadáver, tendo também desencadeado a primeira colheita de órgãos de cadáver, em Portugal.
Em 1981, especializou-se em Nefrologia, com a nota máxima, sendo membro fundador do Colégio de Especialidade da Ordem dos Médicos.
Em 1982, instalou em Leiria uma das primeiras Clínicas de hemodiálise, de Portugal. Tendo abandonado funções públicas, para se dedicar à direcção e gestão de Centros privados, foi responsável por cerca de 850 mil sessões de hemodiálise e pioneiro em algumas técnicas de diálise e no tratamento de diabéticos insuficientes renais.
Médico por vocação, para além de dirigir uma das maiores Clínicas do país, desenvolveu de forma quase benévola uma vasta Consulta de Nefrologia no distrito de Leiria que, articulada com o SNS, foi a única especialidade em que, durante mais de 25 anos, nunca existiu lista de espera.
Visando uma melhoria dos serviços que presta, desde 1989 que procurou avaliar o nível do seu desempenho técnico, associando a análise de critérios objectivos a inquéritos de opinião, realizados junto dos seus doentes e respectivas famílias, iniciativa em que terá sido pioneiro em Portugal. Também os sucessivos Relatórios Anuais de Actividade, que tem apresentado às entidades competentes, comprovam a excelência dos cuidados prestados nos sectores em que opera. Em 2007, tendo obtido a certificação imediata do seu Serviço, veria esses mesmos Relatórios serem considerados modelares e adoptados por uma empresa de certificação de qualidade, a nível europeu.
Em 2009, foi obrigado a encerrar esta consulta de especialidade, quando os serviços oficiais entenderam recusar aos seus doentes os apoios a que tinham direito; sem solução, em 2010 entendeu mover um processo à Administração Pública, face à absurda situação que lhe foi criada.
Em 2010, a convite da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Diálise e Transplantação, integrou uma mesa-redonda no Congresso Português de Nefrologia, tendo abordado o tema “Critérios de qualidade numa consulta de Nefrologia”.
Entre 1982 e 1984, apoiou a formação de várias Clínicas de Diálise, públicas e privadas, como as de Bragança, Vila Real e Santarém. Em 1985, impulsionou a criação dum Centro de Diálise em Torres Vedras , que foi o embrião da Pluribus, o maior grupo privado português nesta área. Em 1989, apoiou a instalação do Centro de Abrantes e, em 1999, foi responsável pela criação de outro, em Gaeiras/Óbidos, considerado modelar pela APIR. Em 2002, associou-se a um projecto em Pombal e, em 2005, inaugurou as novas instalações da Clínica de Leiria, uma Unidade que hoje é uma referência e tem sido visitado por profissionais de muitas partes do mundo.
Em 2005, tendo firmado um protocolo de colaboração com a Sociedade Portuguesa de Nefrologia, criou, na Clínica de Leiria, um Núcleo Museológico para preservar a memória desta importante especialidade.
Enquanto empresário ligado à Saúde, foi membro fundador e dirigente da Anadial - Associação Nacional dos Centros de Diálise.
Organizou ainda quase uma dezena de encontros médicos, em Leiria, tendo participado em múltiplos congressos nacionais e internacionais, apresentado dezenas de comunicações e publicado vários trabalhos científicos.
Entre 2004 e 2006, a sua Clínica integrou vários ensaios clínicos e foi convidada a participar em diversos trabalhos de investigação, acolhidos nos mais prestigiados foros da Nefrologia, tais como o Congresso da Sociedade Internacional de Nefrologia, em Londres, e a NDT, a principal revista europeia da especialidade.
Em 2007, teve a honra de co-assinar as duas primeiras parcerias, ao nível da investigação, firmada entre Institutos Portugueses e duas das mais conceituadas firmas na biotecnologia mundial: a Roche Farmacêutica (Suiça) e a Amgen (EUA). No mesmo ano, mantendo funções de direcção clínica e a responsabilidade pela maior consulta da sua especialidade, existente em Portugal, iniciou-se nas funções de consultor internacional duma multinacional, tendo alienado as suas participações empresariais, na área da saúde.
Ainda em 2007, e a convite da Universidade de Abidjan, na Costa do Marfim, participou numa conferência sobre o tratamento de doenças renais crónicas, pretendendo desenvolver um processo de colaboração técnica e científica com aquele país, eventualmente alargado à Universidade de Coimbra.
Democrata e humanista, integrou o Executivo Distrital do MDP-CDE de Coimbra, antes do 25 de Abril, tendo sido detido por actividades contra a ditadura. Em 1973, recusou a candidatura pela Oposição Democrática. Em 1974, filiou-se no PS, integrando o Secretariado da Zona Centro. Em 1975, indigitado por oito concelhias, não aceitou integrar a Assembleia Constituinte, pelo PS, optando pela carreira médica. Em defesa da democracia, foi alvo de atentado no verão quente desse mesmo ano, a caminho da “Fonte Luminosa” onde chegou ferido.
Entre 1985 e 1989, dirigiu a bancada do PS na Assembleia Municipal de Leiria, tendo sido depois candidato a Presidente da Câmara dessa cidade, eleição em que triplicou os votos do seu Partido. Enquanto vereador do Desporto, durante 1990 e 1991, realizou trabalho que mereceu o único louvor por unanimidade do Executivo Municipal de Leiria, além de várias distinções dos clubes e associações desportivas e culturais do concelho. Pertenceu ainda ao Conselho de Administração dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento, de Leiria.
Entre 1991 e 1995, exerceu as funções de Presidente da Federação Distrital de Leiria, do PS. Tendo concorrido sem o apoio da Direcção Nacional, que sempre o hostilizou, ainda assim conduziu o Partido aos seus melhores resultados eleitorais de sempre, no distrito. Em 1995, ano em que foi Director Campanha do Presidente Jorge Sampaio, recusou uma vez mais ser deputado e, mais tarde, abandonaria mesmo a Direcção Nacional do PS. Em 2002, integrou a lista à Assembleia da República do PS, por Leiria, em lugar não elegível, tendo voltado a integrar a respectiva Comissão Nacional, até 2004. Em 2006, presidiu, por consenso, ao Congresso Distrital do PS, tendo também sido eleito Presidente da Mesa da Assembleia-Geral do PS, da Secção de Leiria, lugar para que foi reeleito em 2008 e em 2010.
Produziu largas centenas de artigos de opinião, acolhidos em múltiplos jornais, revistas e rádios, tendo também efectuado dezenas de intervenções públicas e sendo colaborador de várias publicações e estações emissoras, desde a juventude.
Em 2004, participou com uma tese no I Congresso da Democracia Portuguesa, organizado pela Associação 25 de Abril, de que é sócio.
Em 2008, foi aceitou ser delegado distrital de Leiria, convidado por uma das candidaturas à Ordem dos Médicos.
Em 2009, obteve o seu baptismo na Justiça portuguesa, tendo a sua acção cívica sido alvo de três processos, imediatamente arquivados.
Desde 1999, que colabora activamente com a ONG Santa Maria da Vitória, sedeada na Batalha, de que é sócio fundador, promovendo a ajuda a antigas colónias portuguesas. Desde 2005, que desenvolve um protocolo de cooperação com a Câmara Municipal de Vila Nova de Sintra, da Ilha Brava, em Cabo Verde.
Em 2006, preocupado com os problemas do envelhecimento, em Portugal, organizou um I Encontro de Cuidados Especiais com o Idoso, em Leiria, e prepara uma publicação sobre este tema, para que tem sido convidado como palestrante.
Próximo dos meios artísticos e culturais, em 1994 concluiu O Senhor Comendador, romance que mereceu dois prémios e lugar de destaque na Enciclopédia de Artistas Médicos; em 1999, integrando a prestigiada Colecção de Autores Contemporâneos de Língua Portuguesa, da ASA, publicou A Paixão do Padre Hilário, também premiado e saudado unanimemente pela crítica. Em 2005, publicou um livro de crónicas intitulado Os Burros, onde resumiu a sua intervenção pública dos anos anteriores. Em 2006, concluiu uma 2ª versão de O Senhor Comendador, obra que mais uma vez mereceu rara distinção em revista da especialidade.
Em 2009, criou um movimento cívico a partir da blogosfera, em torno dum caso judicial, intervenção que resumiu num primeiro livro intitulado “Esmeralda-Sim!... – Histórias duma menina que foi traficada” e que foi considerado “ensaio” pela crítica. Sob este mesmo tema, participou ainda em diversas entrevistas e debates em vários programas da TV. Tendo dirigido uma delegação ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, veria ser feita justiça três dias depois, sem que alguém ousasse contestar as suas posições públicas.
Ainda em 2009, publicou mais um livro de “crónicas e reflexões” que intitulou “Pelas Crianças de Portugal – A propósito de Esmeralda e de outras causas”, em que reflecte sobre os principais problemas da sociedade portuguesa, tendo ainda sido convidado para membro efectivo da Sociedade Portuguesa de Escritores.
Em 2010, ainda sobre o “Caso Esmeralda”, fez publicar um artigo de opinião “A psiquiatria é uma ciência?” na revista oficial da Ordem dos Médicos, que foi saudado unanimemente pelos colegas, pese ter criticado de forma veemente a prática seguida por alguns médicos, nas suas relações com os media e com os tribunais.
Em 2011, concluiu um novo romance, “Setembro Vermelho”, onde interpretou as suas vivências da crise académica de 1969, em Coimbra. Também alguns dos seus textos foram incluídos na “Antologia de Autores da Gândara”, a publicar por Idalécio Cação e Vítor Fernandes.
Ligado desde sempre ao coleccionismo, há muito que estuda e recolhe peças, visando criar uma Fundação que abra caminho a um Museu de Coleccionismo / Centro de Cultura e Arte Popular. Nessas actividades, catalogou e organizou cerca de setecentas mil peças, no valor estimado de sete milhões de euros, que se encontram dispersas por cerca de oitenta temáticas. Uma das colecções mais singulares será a de artesanato que, recolhida por si em todo o mundo, abarca milhares de peças de quase duzentos países e seis mil anos de História. Em 2007, iniciou contactos com a Câmara de Cantanhede para a cedência desse vasto espólio, tendo tal entidade abraçado de imediato essa iniciativa e buscado uma parceria com o Ministério da Cultura, onde nunca foi recebido, apesar de recorrentes insistências. Em 2011, o projecto está finalmente em vias de ser lançado.
Em 2003, foi eleito membro honorário da Business Initiative Directions, prestigiada entidade que promove a qualidade do tecido empresarial, em todo o mundo. Por sua vez, a sua Eurodial foi a única empresa lusófona, e da saúde à escala mundial, a ser nesse ano galardoada no Quality Summit Internacional Award, em New York , destaque apenas atribuído a empresas de referência.
Em 25 de Abril, de 2007, adquiriu uma propriedade no Alentejo onde desenvolve actividades ligadas à agricultura e pecuária, preparando assim, em equilíbrio com a natureza, um regresso à escrita e aos valores da vida rural. Visando a rentabilização desta Unidade, em 2009 lançou uma marca de vinhos designada “Casa da Urra”, que mereceu rasgadas referências por parte das revistas de especialidade e a aceitação dos mais nobres espaços de consumo. Em 2010, iniciou a exportação de vinhos alentejanos, ainda totalmente ignorados no mercado de Espanha. No mesmo ano, alargou a sua actividade à comercialização de azeite.
Apesar dos entraves que hoje são postos a qualquer actividade económica, ao mesmo tempo que pretende melhorar a propriedade, iniciou em 2010 a construção dum Hotel Rural, com Enoturismo, que pensa abrir em 2011.
Amante da boa culinária, em 2008 foi entronizado pela Confraria dos Sabores da Gândara, na Tocha (Cantanhede), de que é sócio ordinário. Em 2010, foi agraciado sócio honorário da Confraria Gastronómica Nabos e Companhia, de Carapelhos (Mira).
É ainda sócio da Amnistia Internacional e de outras organizações. No exercício das suas actividades profissionais, ligadas à Saúde, sempre fez questão de nunca concorrer a benefícios oficiais ou solicitar qualquer vantagem.