Caro camarada e amigo:
Os socialistas que se vão reunir em torno de Cândido Ferreira, no próximo Congresso do PS, não estão movidos por repentina vontade de assumir uma liderança difícil que, fatalmente, terá de ser heróica. Ao assumirem todos os encargos inerentes a esse desafio, pretendem, sobretudo, desenvolver um diálogo aberto e leal no interior do Partido, tendente a encontrar novas orientações e melhores caminhos para Portugal. Franca e leal discussão que, logicamente, deverá decorrer no Largo do Rato e não no Hotel Altis…
É nossa convicção, face ao descrer profundo dos portugueses, que devemos regressar ao espírito de Abril, quando a classe política ainda não engordava à custa dos contribuintes e os portugueses acreditavam que o PS era uma importante ferramenta, ao serviço de Portugal. Em nossa opinião, a crise que o nosso país atravessa é sobretudo uma crise de valores e, como outros políticos não existem, é sobretudo a nossa prática que tem de mudar. Não somos Buíças, dispostos a matar o rei. Mas anima-nos a firme vontade de alterar radicalmente as regras dum jogo que nos está a conduz à derrota, dentro e fora do Partido.
A actual crise envolve todos os partidos políticos e, para a superar, o PS deve ter orgulho em propor medidas drásticas, que a esmagadora maioria dos portugueses há muito exige: redução do número de deputados, extinção dos governos civis e suas extensões, fixação estreita dos cargos de nomeação política e das assessorias, fim de mordomias e integração de fundações, empresas mistas e autárquicas, parcerias e institutos, na Administração. Nós acreditamos que só um tratamento de choque poderá reconquistar a credibilidade da classe política, relançar a esperança nos portugueses e libertar qualquer primeiro-ministro de pressões espúrias.
Como sinal dessa mudança, transparente se torna pôr fim ao ingresso de governantes em empresas com que negociaram, às acumulações na Administração e ao escândalo das reformas douradas, enquanto se cortam abonos de família.
O PS tem de voltar a tocar o coração dos portugueses, que estão preocupados com a ineficácia da Administração, com o caos na Justiça, com a desmotivação dos educadores, com a sustentabilidade da nossa SS e do SNS, com o silêncio do Partido face às fraudes do BPN e à actuação de entidades reguladoras vendidas ao capital. Portugueses que apenas querem com um futuro decente para o nosso país e para as novas gerações. Por isso exigimos que a classe política esteja à altura dos sacrifícios, e dos desafios, que a modernidade exige.
Manifestando a nossa abertura para debater estes e outros temas, na próxima campanha eleitoral e no Congresso, agradecemos desde já a divulgação desta carta junto de todos os militantes do nosso Partido.
Votos de Feliz Ano Novo
Segue-se a primeira lista de apoiantes, de oito distritos: Cândido Ferreira, Alberto Traguedo, Ana Ramos, António Cebola, António Fernandes, António José Rodrigues, António José Teixeira, António Loureiro, António Ramos, Arlindo Henriques, Arménio Evangelista, Arnaldo Rebelo, Artur Arrenega, Augusto Barnabé, Carlos Cosme, Carlos Luís, Celeste Rei, Celestina Peralta, Celestino Joaquim, Emília Fernandes, Fátima Ramos, Fernando Duarte, Fernando Guedes, Fernando Manata, Fernando Pereira, Fernando Rei, Hugo Mateus, Humberto Silva, Joaquim Moreira, Joaquim Sarmento, João Alexandre, João Dias, João Figueiredo, João Lourenço, João Simões, José Camacho Vieira, José Carvalho, José Caseiro, José Cerqueira, José Guerreiro, José Manuel Henriques, José Palmeira, José Pedrosa, José Pereira Santos, José Possidónio, Leoníldio Ferreira, Margarida Nunes, Maria João Lameiras, Maria Luísa Lameiras, Maria Rodrigues Silva, Noémia Alexandre, Nuno Lorvão, Maria Serra, Maria Simões, Manuel Dias, Mário Figueiredo, Maximiano Serra, Noel Delgado, Nuno Marinho, Osvaldo Gabriel, Paulo Pedro, Ricardo Ramos, Ricardo Simão, Rogério Roque, Rui Alexandre, Rui Crisóstomo, Sandra Fernandes, Silvério Ramos, Sónia Ramos, Vítor Costa e Vítor Roque
Bom trabalho...
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